Para algumas crianças as férias já acabaram. Mais um ano letivo se inicia e a garotada está ansiosa para reencontrar os colegas, conhecer os novos professores e contar as aventuras que rolaram nestes dois meses de descanso. A primeira semana geralmente é considerada mais “leve” — com menos obrigações e mais atividades dinâmicas que ajudam a promover a adaptação e estabelecer as novas regras. Enquanto algumas crianças estão empolgadas com a volta às aulas, outras estão inquietas, distraídas e até com o semblante triste. Será que seu filho é dono de um diagnóstico cada vez mais comum: o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade)?
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Ao lado da conhecida dislexia (dificuldade na leitura e escrita), o TDAH é um dos principais transtornos ligados à aprendizagem, sabia? Presente em 5% da população, a doença é baseada em três sinais principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade, e costuma ser mais evidente em meninos do que meninas. Destes 3 sintomas que acabei de citar, você vai perceber que um deles costuma predominar. Por exemplo, uma criança desatenta hoje pode se mostrar hiperativa no futuro. Eles não necessariamente aparecem em conjunto.
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Em geral, a criança com TDAH não suporta tédio ou tarefas burocráticas e sem criatividade. Não à toa, costumam focar a atenção somente quando gostam do assunto ou quando são desafiados. Assim, para as matérias que não têm tanto interesse fazem um esforço muito maior do que os outros.
Além disso, outros sinais podem te ajudar a desconfiar do diagnóstico de TDAH, como inquietação, questionamento excessivo, dificuldade de prestar atenção na aula, distrair-se facilmente e ficar disperso quando o professor explica a matéria, pouca paciência para estudar, capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo e dificuldade de terminá-las.
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Se este é o caso do seu filho, é importante procurar o médico para confirmar a existência da doença e iniciar o tratamento. Crianças não tratadas vão resultar em adolescentes com mais prejuízos na escola e também na vida pessoal. De acordo com o Instituto para Pesquisas Cerebrais, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), cerca de 50% das crianças carregam os sintomas do TDAH para a vida adulta.
O tratamento costuma ser multidisciplinar, assessorado por médicos, psicoterapia, orientação aos pais e professores. Quando há necessidade do uso de medicamento — em geral o metilfenidato, comercializado sob o nome de Ritalina —, ele deve ser prescrito com bastante critério.
Agora se a sua dúvida é: crianças com TDAH precisam de escola especial? A maioria dos especialistas diz que “não”. Para a categoria, as escolas comuns têm condições de trabalhar em conjunto com os pais e o médico para encontrar soluções às dificuldades cotidianas.
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